Diário de Bordo

Vazia. Saudade. Acabou.

A vida dela ficou vazia sem sua presença. As cores do dia já não são os mesmos. Perdeu o sentido aquela rotina, aquela música, aquele livro. A cama vazia demonstra a dor de não ter por perto. As sombras na parede nunca serão as mesma sombras, pois você não estará lá para complementar. As músicas da infância perderam a graça. Os jogos. O quarto vazio, sua cadeira, o perfume pela casa, seu sorriso a chamando de todos os cantos. A peteca esquecida. O violão que você sempre costumava repetir “tá empenado”. A manete, que ainda é sua. A vida se tornou fardo depois da sua partida. A saudade devora sem pedir permissão… Qualquer canto dessa casa tem um pedaço seu. O nosso corredor. O nosso sofá. Os nossos sonhos, planos, projetos. Os nossos medos. Dores que deixarão marcas, que mutilaram uma esperança íntima. A vida nunca será mais a mesma sem seu abraço, sem seus olhos cor de mel, sem seu sorriso de criança, sem suas manias. Os finais de semana, aqueles nossos finais de semana. Ás vezes, é difícil contentar que a vida possa trazer um bem melhor, um amor melhor que você. Acho que nunca me doeu tanto escrever de alguém, saber que tive, que perdi, que partiu e eu não pude dar meu último abraço, olhar pela última vez o seu sorriso torto, os seus olhos. Imaginar ter morrido em mim, pra mim doí que não consigo nem respirar.. Nossos bichinhos de pelúcia, como os odeio, como queria joga-los fora para nunca mais ter que lembrar que eram seus preferidos. Sabe, adiei, adiei sentir essa dor, a chorar pela sua falta, adiei ter que assumir e resumir o que é não ti ter mais por aqui, e acho que ainda não me foi suficiente, porque mesmo não sendo recente me machuca, me doí. Meu medo de cruzar com sua felicidade e ter que admitir que ela não vem de mim, cara como doí. Há semanas venho sonhando com você, sonhando em ti ter de novo aqui, sonhando em poder sentir seu abraço a me envolver. A dias venho tentando não lembrar que um dia tive você. A semanas proíbo essas lagrimas de cair.. A semanas que tento negar que é verdade. A minha esperança é ainda ti ver voltar… Como saudade doí, como ausência corroí… Como tudo isso sufoca ao ponto de me querer desistir…

 

3 comentários em “Vazia. Saudade. Acabou.”

  1. “Dores que deixarão marcas, que mutilaram uma esperança íntima”… Um texto muito sentido. A ausência e a saudade são dolorosas…
    Beijo.

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